Sheik Rashid - Principe de Dubai |
voltar para o seu país natal e a ser reconhecido como um príncipe pois acredita que foram seus próprios pais que haviam ordenado o seu rapto junto com seus três
irmãos. Sendo obrigado a regressar, dedica-se a encontrar as provas de que seus pais são os verdadeiros assassinos. Enquanto isso, ele, que evitava qualquer tipo
de envolvimemto, apaixona-se por Raihana, mas renega esse amor por não querer entrar em contato com suas emoções. Ele ama a extrema solidão e pretende continuar
afastado de tudo e de todos.
Um Sheik no Rio 4 - Para sempre na lembrança
A detetive Fernandes, incansável em sua busca pelo príncipe Sharif bin Abdul Qadir Al Tayher, parou o carro em frente a sede da fazenda. Saiu do carro e
olhou a sua volta. O céu era ameaçador. Em breve o mundo desabaria sobre sua cabeça. A tempestade que se aproximava ia ser pavorosa. E ela detestava tempestades!
Felizmente, já chegara ao seu destino. Se a chuva resolvesse cair enquanto ela estava ali, na fazenda de Sharif Assaf, não haveria nenhum problema. Entretanto, a
Um casal abrira a porta.
- Estou a procura de Sharif Assaf. Disseram-me que essa é a fazenda dele e...
- Bem... Não é bem a fazenda dele... É o lugar onde fazemos as pesquisas. É a nova pesquisadora?
- Não. Não sou.
O casal pareceu um pouco decepcionado.
- Estamos ansiosos pela chegada de um novo membro na equipe. Sempre ficamos assim. Não dá para evitar. Ainda mais sabendo que ela vai direcionar todo o trabalho...
- Eu... Queria falar com o prin... Ahn... Com o doutor Sharif.
- Ele está na casa dele.
- Não mora aqui? - A detetive alarmou-se. Tinha certeza de que chegara ao lugar certo. Teria que adiar ainda mais as boas notícias que pretendia dar ao rei
de Althea?
- Aqui não. Mora mais adiante. Na ilha e...
- Como faço para chegar lá?
- Tem que atravessar o rio. - O rapaz falou tranquilamente apontando para um imenso rio largo que estava um pouco adiante.
O casal riu. A detetive Fernandes não achara nada engraçado.
- Ele nunca atravessa o rio. - A moça falou. - Tem medo de água. Além do mais, detesta gente. Morar na ilha foi o único jeito de manter a todos o mais distante
- Mas disseram-me que o encontraria aqui..! - A detetive procurou ignorar o comentário sobre as águas. Para alguém que fora dado como afogado aos quatro
anos... Morar numa ilha já era uma vitória. No lugar dele, após passar pelo trauma que passara, ela nem pensaria em atravessar toda aquela água para fugir das pessoas.
Afinal, ouvira quando Rafiq relatara o que acontecera quando haviam sido raptados, do pavor que sentiam, das tentativas de dois dos raptores em matá-los e da última
visão do príncipe Rafiq em ver seu irmão menor afogando-se, desaparecendo nas águas da costa brasileira. Quando Rafiq relatara tal fato aos pais, era quase certo
que o garotinho não tivesse sobrevivido. Contudo, a rainha Laila não se dera por vencida. Acreditara que o filho estava vivo e bem. E ela o encontrara. Ou ao menos
pensara que o encontraria ali, naquela grande casa de fazenda. Mas acabara de saber que ele estava do outro lado de um rio mais largo que o Amazonas. E que não gostava
de gente! Ora bolas! E por que não queria contato com gente? Tudo estava ficando difícil demais! Será que o pavor que sentia por estar em contato com outros seres
era ainda maior que uma possível fobia pelas águas? Se assim fosse, ela teria que usar toda a psicologia com a qual fora dotada. E será que tinha alguma? - Como
faço para chegar até ele?
- Impossível! Sharif mora do outro lado do rio. Só é possível chegar lá através de um barco e se o rio não estiver cheio.
- Eu necessito falar urgentemente com ele. - A detetive falou. O rio está muito cheio agora?
- Não, mas vai estar transbordando em breve. - O rapaz falou olhando para o céu que ameaçava cair.
- Como chego no lugar onde ele está?
O casal olhou para ela de um modo estranho.
- Conhece Sharif? - Perguntaram.
- Não pessoalmente. Por que? - A detetive olhou-os desconfiada.
- Como faço para chegar até a casa dele? - Não queria se ater ao que o rapaz dissera. Mas o que ele quisera dizer com Sharif não é uma pessoa para se conversar?
- Bem, além de atravessar o rio, terá que subir uma estradinha de quatro quilômetros. E o caminho é pavoroso!
- Preciso muito falar com ele. - Quase chorou de frustração.
- É tão sério assim? - A moça perguntou penalizada.
- Muito. Disso depende a minha paz de espírito. E a dele.
- Nossa! Isso parece sério mesmo! Não é uma jornalista, é?
- Não. O assunto que tenho a falar com ele nada tem a ver com as pesquisas que vocês fazem aqui.
- Um-hum... Entendo... - A mocinha falou desconfiada.
A detetive Fernandes duvidava disso.
- De qualquer forma, o meu carro está estacionado ali. Posso deixar também as minhas credenciais, caso seja necessário.
- Claro... - O casal ainda analisava a situação.
- Por favor... Preciso muito falar com ele. É urgente. - A detetive olhou para o céu ameaçador mais uma vez. Se tinham que atravessar aquela droga de rio,
por que esperavam que a tormenta chegasse? Por que não a levavam lá e antes que aquela catástrofe começasse, ela já estaria retornando, carregando o seu precioso
príncipe ao seu lado, rumo ao palácio do rei Abdul Qadir, em Althea!
- Eu posso levá-la até a outra margem. - O rapaz falou enquanto olhava para o céu assustador.
- Tem certeza de que é muito urgente o que tem a falar com ele? - A moça perguntou. - Não pode esperar alguns dias?
- Tenho certeza. É urgente demais.
- Se a tempestade cair, será difícil para a senhora retornar ainda hoje.
- Não tem problema. Tenho certeza de que o prín... De que o doutor Sharif encontrará acomodações para mim. Além disso, tenho certeza de que ele fará questão
O olhar do casal era de puro ceticismo. Porém, deram de ombros.
- Bem... Se tem certeza... Eu a levarei até o outro lado. De lá a senhora se vira, tá?
- Tudo certo. - A detetive respirou aliviada.
- Só a levarei por que está dizendo que é muito urgente.
- É um problema de família.
- Sério? - A mocinha falou cismada. - Não sabia que Sharif tinha família.
"Agora tem." A detetive Fernandes pensou.
Enquanto o jovem estagiário Joel, como se apresentara a ela, a ajudava a atravessar o rio, A detetive observava como a correnteza era forte.
- Quando o rio enche, como o doutor Sharif faz para sair de lá? - Ela perguntou curiosa.
- Quem? Sharif? Ele nunca sai de lá. Nem mesmo para ver como as coisas estão por aqui. apenas nos manda fazer determinadas experiências e, quando alguém
precisa falar com ele, envia um email, faz um relatório e, se ele encontrar alguma dúvida, chama o responsável pelo setor e resolve o que precisa resolver. Nem mesmo
tem um telefone na cabana e nem consigo imaginar Sharif com um celular no bolso! É por isso que estamos ansiosos para que a pesquisadora chegue logo. Sharif parece
cada dia mais desinteressado nas pesquisas. Se afunda naquela solidão até a alma. As vezes é quase impossível falar com ele! Felizmente, o trabalho que ele faz na
ilha toma todo o seu tempo. Deveria ter uma equipe para auxiliá-lo mas ele faz questão de ficar sozinho. Dessa forma, trabalha por quatro ou cinco. Entretanto, na
ilha, tudo corre bem.
- Sério? Está sempre lá? Nunca sai de sua casa? Mora nessa casa há muito tempo?
- Casa não! Cabana! E há cinco anos que ele mora lá. Dificilmente atravessa o rio. Ele morre de medo de água. Parece que tem algum tipo de trauma. Só vem
a casa grande se for muito necessário a sua presença aqui. Na maior parte das vezes, um de nós vai até lá e pronto.
A detetive se interessou pela conversa.
- Bem, chegamos. - O rapaz cortou-lhe o interesse.. - A senhora pode subir por aquele caminhosinho e logo vai encontrar a cabana de Sharif. É a única por
aqui. - E deu a mão para que a mulher saísse de dentro do barco.
- Ele tem como se comunicar com a gente. Assim que quiser ir embora, eu venho buscá-la. Entretanto, se for depois da tempestade... Pode demorar um tempinho
- Um tempinho? Quanto? - A detetive estava preocupada. Olhava para o rio que já parecia aumentar o seu volume e a rapidez com que as águas passavam. Fato
- Já deve estar chovendo lá para cima, nas montanhas. Já vou indo. Se quiser desistir, pule para o barco agora. - E, enquanto falava, já se afastava da margem.
A detetive viu o rapaz se afastar rapidamente e rezou para que ele chegasse em segurança do outro lado. Mas percebeu que a tempestade se aproximava e que
não havia nenhum abrigo ali perto. Não queria ser pega por nenhuma tempestade naquele lugar. Era um alvo fácil para um raio. Então, jogou sua mochila nas costas
e correu em direção a trilha que o rapaz lhe apontara momentos antes.
Enquanto subia pelo caminho, vigiava a aproximação dos raios e trovões. Contava, a cada vez que um raio riscava os céus. Alguém lhe dissera, certa vez, que
após o clarão, se ela contasse oito segundos, estaria a uma distância segura. Contudo, quando se tratava de raios nunca se podia ter certeza.
A única coisa que queria era sair daquela ameaça apavorante. Por que diabos tinha que encontrar o príncipe justamente naquele dia? E por que tinha que ser
tão abafada? Não poderia ter esperado uns dias mais? Que diferença ia fazer para o rei Abdul Qadir se ela levasse o príncipe Sharif até ele dali há dez dias? O rei
Um raio riscou o céu e a trovoada veio logo em seguida.
"Dois segundos! Está bem próximo! E eu ainda nem avistei a porcaria da cabana. E se o rapazinho estivesse me enganando? E se não houvesse cabana nenhuma?"
Nem mesmo poderia pensar em se abrigar embaixo de uma árvore. Era o primeiro lugar que um raio a encontraria.
O forte vento a empurrava para trás. Sentia que dava um passo para frente e dois na direção oposta.
O coração da detetive Fernandes estava na garganta. Temia até mesmo abrir a boca e ver seu coração saltar para fora.
De qualquer forma, se abrisse a boca também poderia morrer afogada com tanta água que caía dos céus.
Um raio caiu tão perto dela que ela sentiu o chão tremer.
Avistou a cabana há uns duzentos metros. O terrível seria atravessar aqueles raios que haviam resolvido impedi-la de chegar ao seu destino. Lembrou-se dos
filmes de sua adolescência, quando o mocinho ia a um castelo encontrar qualquer coisa que estava lá escondida e que salvaria toda a humanidade, se encontrada. Então,
ele teria que ultrapassar os mais terríveis obstáculos para provar a sua coragem, o seu valor, sua virtude, a pureza de seus sentimentos a fim de atingir os seus
Só que ela não era um mocinho e o príncipe não era o salvador do planeta. Mas de uma coisa ela tinha certeza. Podia cair morta a qualquer momento, torrada,
incinerada, estorricada. E não tinha nenhuma outra opção, a não ser, seguir em frente. E encarar aqueles relâmpagos ameaçadores.
Conseguira chegar a pequena varanda da cabana, mas ainda não estava a salvo. Sentiria-se melhor dentro da casa. Bateu na porta. Nada. Bateu ainda com mais
força. Nada. Chutou a porta. Nada.
Um raio caiu numa árvore. Fora tão perto que o galho esfumaçado da árvore roçou-lhe os pés. E logo em seguida, outro raio.
- Abre! Abre! Abre essa porta, seu desgraçado!
Sharif abriu. Estava de cara amarrada, muito contrariado.
- Convidei a senhora a vir aqui? - Ele falou com cara de poucos amigos, mantendo-a do lado de fora, exposta aos assustadores raios.
Ela tentou empurrá-lo e entrar na marra, mas ele era como uma parede de pedras. Não se movia um único centímetro.
- Droga! Não vê que posso ser atingida? Deixe-me entrar. - Ela tremia de frio, de medo e de raiva.
- Eu não a convidei para vir aqui. O melhor a fazer é ir embora. - O rapaz estava aborrecido.
- Nessa tempestade? Por acaso vê como chove? Quer que eu morra?
- Nem a conheço. Que me importa se a senhora morrer?
Surpreso e irritado, Sharif a amparou em seus braços, puxou-a para dentro e fechou a porta. E esqueceu de soltá-la.
Foi a detetive que se afastou dele. Encabulada, olhou em volta da precária cabana e começou a soluçar fingindo-se de apavorada.
- Por que chora? Já não está aqui dentro? - Ele tinha uma voz seca, dura e fria.
- Você me fez passar um susto dos diabos, seu... Seu... - Lembrou-se de que ele era um príncipe e de que ela não poderia tratá-lo como se ele fosse qualquer
um.
- Como eu fiz? Nem a conheço... Nem sei quem a senhora é... Não a convidei para vir a minha casa...
- Eu... - Ela queria falar. Despejar tudo em cima dele. Mas não conseguia dizer nada. Apenas chorava e chorava. Passara um tremendo susto por causa daquele
- Que droga! Uma mulher maluca invade a minha casa e agora não para de chorar. Eu devo mesmo ter atirado pedra na cruz. Oh, Cristo!
Ela o olhou espantada. Depois lembrou-se de que ele nem devia saber nada sobre o islamismo. Por que ele falar em Cristo a espantara, se ele fora criado no
Brasil, provavelmente numa religião cristã?
- Pedra na cruz? Por acaso é católico? Evangélico?
- Ah, mulher chata! Você não veio aqui para discutir religião, não é? Se foi, pode atravessar o rio nadando... No que acredito ou deixo de acreditar não
é de sua conta!
Ela o olhou, a princípio, irritada. Ele era mesmo um grosso. Tão diferente do irmão! Mas ele tinha razão. A religião dele não era assunto seu. Seu problema
era carregar aquele grandalhão para Althea, quisesse ele ou não ir. E já desconfiava que isso seria um verdadeiro martírio. Sobre a religião, ele que se virasse
Enquanto ia se acalmando, a detetive foi olhando em volta. A cabana era apenas um cômodo com uma cama, um fogão, um baú, uma mesa com apenas uma cadeira,
um micro ondas, uma pia, uma geladeira, um armário na parede que devia guardar utensílios de cozinha, e, em cima da mesa, um note book. Havia, além da porta por
onde entrara, uma outra porta que ela julgou ser um quarto. Não. Não deveria ser um quarto já que onde estava havia uma cama. A tal porta deveria ser um banheiro.
- quando vai parar de chorar? Vai acabar inundando a minha casa. Está produzindo mais líquido que a chuva lá fora!
A detetive olhou para ele, acreditando que ele tentava fazer graça, mas ele mantinha a cara fechada.
Era um homem alto. Mais até que o príncipe Rafiq. E tão moreno quanto. Só não tinha os olhos verdes como o irmão. Suas feições eram duras, pesadas. Parecia
não gostar de conversa e pelo que ela percebera, não era dado a sorrisos. Parecia muito sério, emburrado mesmo. E facilmente irritável.
Era magro mas musculoso, e muito moreno. Seus cabelos, um pouco compridos, eram cheios, escuros, ondulados e completamente desalinhados, desgrenhados, deixando
claro que tesoura e pente não faziam parte do vocabulário daquele homem terrívelmente masculino e assustadoramente coberto de testosterona até a alma.
A boca era forte, de lábios grossos, sensuais. Os olhos sombrios, escuros, quase escondidos por densas sobrancelhas e cílios tão longos e espessos que pareciam
ter sido pintados, muito pretos, determinados e intensos além da conta. Aliás, ele era uma figura sombria, taciturna, mal humorada, raivosa, antipática, cruel. Nada
tinha a ver com o irmão. Deveria ser insuportável! Um grosso! Um animal! Bastava olhar como ele vivia para poder fazer um quadro da personalidade daquele bicho do
Na aparência, era uma versão mais jovem do rei. Mas duvidava que Abdul Qadir, mesmo sendo durão como ela sabia que ele era, fosse capaz de cometer aquelas
grosserias.
- O que está olhando? - Ele perguntou com cara de poucos amigos, entrecerrando os olhos de cílios espessos, tornando-o uma figura para se temer, tal a intensidade
de seu olhar, tal era a ameaça em seu semblante.
- O senhor é sempre antipático assim ou está apenas ensaiando?
- Se ficar de zombaria com a minha cara dentro da minha casa, coloco-a lá fora, bem embaixo de um raio e deixo-a torrar por lá.
- O senhor não teria coragem...
- Quer pagar para ver? Acredite que isso me daria um imenso prazer.
Ele faria realmente isso? Que tipo de ser humano era aquele?
- Não duvide disso nem por um segundo. E, se não quiser ter a certeza, cale essa boca!
Incrivelmente, a detetive Fernandes acreditou que ele era mesmo capaz de fazer aquilo e calou-se. Ele era um homem de poucos amigos. Bem, na verdade, ela
duvidava que ele tivesse algum amigo!
- Por que está aqui? - Ele a surpreendeu de repente. Ela, assustada com as fortes trovoadas, pelo susto que passara, nem sequer se lembrava mais do que fora
fazer ali.
Ele a olhou de modo aborrecido. Não queria responder a nenhuma pergunta. Estava intrigado com o fato daquela mulher ter-lhe aparecido do nada. Se fosse para
imaginar, a chamaria de filha dos ventos, das tempestades, dos raios e dos trovões. Ela se materializara diante de sua porta, de repente. Só podia ter sido trazida
pela força de um daqueles elementos da natureza.
Olhava para ela tentando decifrá-la. Era muito bonita, da pele bege, café com leite. Tinha um narizinho pequeno e delicado e uma boca aparentemente gostosa.
Gostosa? Suprimiu o pensamento. Nada de se interessar sexualmente por alguém. Se precisasse de sexo, pagaria a uma mulher para se deitar com ele. Simples
e direto. Sem nenhuma expectativa. Nem precisava perder tempo con cantadas inúteis. Pagava uma mulher, ejaculava e aliviava a sua tensão. E só.
E será que ela era uma garota de programa que o pessoal da fazenda mandara para ele? Se assim fosse, ia demitir todos os que poderiam estar envolvidos numa
trama desse tipo. Da última vez que ousaram fazer-lhe aquele tipo de brincadeira de mau gosto, muitos foram para o olho da rua. Ainda deviam se lembrar disso. Pelo
Mas se ela fosse uma garota de programa, conseguira excitá-lo bastante, na hora em que se jogara nos braços dele. Geralmente, quase nenhuma mulher o excitava.
Por muito tempo, chegara mesmo a pensar que era impotente. Não sentia desejos, não tinha interesse em mulher alguma, não queria envolvimento de espécie alguma com
A chuva torrencial lembrou-o de que por muitos dias ninguém atravessaria o rio, nem para um lado e nem para o outro. Isso significava que aquela garota teria
que permanecer ali, em sua cabana, por muito tempo. E isso era inadmissível! Mas o que poderia fazer? Como mandá-la de volta para o lugar de onde viera? E de onde
ela viera? E o que ela fazia ali, naquele lugar de tão difícil acesso?
O chato era perceber o quanto ela era bonita. Aqueles cabelos cacheados mais pareciam um escuro véu. E o rosto dela era todo delicado, muito bom de se olhar.
E o corpo não ficava devendo nada a beleza do rosto. Cintura fina, bumbum arredondado bem ao gosto do brasileiro e os seios na medida certa. Na medida certa para
que coubessem em suas grandes mãos!
"Droga!" Praguejou. Estava ficando irritado consigo mesmo. Aquela mulher viera roubar-lhe a paz de espírito. Há tanto tempo não sentia aquela familiar sensação
de ereção. Aquilo era muito desagradável. Tinha que se livrar da mulher. Mas como? Como se a maldita chuva estava cada vez mais violenta?
- Por acaso é uma garota de programa?
O modo como ela olhou para ele deixava claro que não era. Teve que achar graça.
- Eu não sou obrigado a adivinhar o que a madame está fazendo aqui. Se não foi trazida pelos ventos, pelos raios e sim por um dos rapazes da casa é por que
quer alguma coisa, certo? Se não diz logo o que é, abre espaço para que eu dê asas a imaginação. Posso muito bem achar que é uma prostituta, uma ladra, uma qualquer...
Sharif já não a ouvia. Imaginava como ela seria em cima de sua cama, todinha nua, implorando por ele. Até que se fosse uma prostituta, talvez ele não demitisse
ninguém dessa vez. Haviam conseguido se superar! Mandaram-lhe o que tinha de melhor. Era mesmo uma pena que ela acabara de deixar claro que não era uma garota de
Alheia aos pensamentos eróticos do príncipe Sharif, a detetive Fernandes só pensava em como voltaria para a sua casa, em como avisaria ao rei de Althea que
encontrara o príncipe há muito perdido.
- Vou perguntar de novo. Por que está aqui? - Ele falava a contra gosto, por entre dentes, deixando transparecer a sua irritação. Agora, ainda mais irritado
pois ela de nada lhe servia e ia ficar em sua casa por tempo demais. E o mais chato era perceber que, vez por outra, sua calça jeans ficava um tanto apertada, incomodando-o
e o fazendo perder a única mísera gota de bom humor que ele sempre tentava manter para não enlouquecer de raiva.
- É uma longa história... - Ela falou despreocupadamente. Não poderia se intimidar pelo mau humor dele. Já lhe bastava ter deixado que suas lágrimas tivessem
rolado na presença daquele homem das cavernas. Mas fora uma jogada que tivera que usar. Alguns homens sempre se desmanchavam quando viam uma mulher chorando. Infelizmente
aquela arma feminina não surtira nenhum efeito com aquele casca grossa.
- O que quer dizer com isso?
- Que durante alguns dias, a senhora será minha não convidada hóspede.
- Como assim?
- Bem, não me lembro de tê-la convidado, certo?
- Um-hum... - Ela estava pensando em desistir daquela conversa sem sentido. Ele era muito antipático e mau educado. Por acaso achava que ela estava gostando
- Assim, como não a convidei e como a senhora está aqui, chegando sem avisar, sem perguntar se havia vaga no meu hotel cinco estrelas, presumo que terá que
ficar por aqui, por alguns dias, né?
- Terei?
Ele ignorou o terror nos olhos dela.
- Com toda a certeza. E acredite, vou detestar isso muito mais do que a senhora!
- Mas... Mas...
- É impossível atravessar o rio quando ele está muito cheio. E está chovendo muito!
- Mas não posso ficar aqui! Não vim preparada para... Eu achei que o encontraria na... Oh, Deus! Tenho que ir embora!
- Bem... Esteja a vontade para partir quando quiser. Isso me daria imenso prazer.
- Não seja sarcástico!
- Eu não tenho culpa por estar aqui, sabia?
- Ah, sei... Foi trazida por um ímã... Ou pelos ventos?
- Acredite, eu não queria estar aqui. Quase morri de pavor ao atravessar aquele rio aterrador. As águas lá correm mais rápido do que um piloto de Fórmula
Um.
Sharif Assaf deu de ombros. Também detestava atravessar o rio. Aliás, detestava qualquer coisa que se relacionasse a água. E, sabia que ninguém entenderia
se ele tentasse explicar que fora justamente por isso, por detestar atravessar aquele rio num precário barco, que morava ali. Realmente, as águas corriam com muita
rapidez e ele, por vezes, sentia-se tonto só por olhar para a ligeireza delas. Mas assim não se arriscava a sair de seu canto e conviver com outras pessoas. E ninguém
de bom senso iria querer fazer-lhe visitas na cabana. Era um lugar desagradável e sem nenhum conforto. Assim ele se mantinha a salvo de qualquer ser humano.
- Por que mora aqui?
- Isso não é da sua conta. - Respondeu com grosseria.
- Sei que é um cientista. Deve ganhar algum dinheiro. Como consegue morar nessa ratoeira?
- A senhora é louca? Aparece na minha casa sem ser convidada, me xinga de desgraçado por que eu não quero abrir a minha porta, reclama da vida e chama a
minha casa de ratoeira! Quer dormir na chuva? Acha que eu não teria coragem de deixá-la pegar chuva até se transformar em enxurrada?
- O senhor me entendeu mal. Não quis ofendê-lo. Só que me disseram que o senhor é um cientista muito respeitado e que trabalha para algumas instituições
internacionais. Quando vi aquela fazenda do outro lado do rio, pensei que o senhor morasse lá. Quero dizer, lá combina mais com o seu status. É um lugar bonito,
agradável, acolhedor e nada tem a ver com... Com... - Calou-se.
Lá fora, o mundo parecia estar se partindo em vários pedaços. Cada trovoada dava a impressão de que iria derrubar a casa. Tudo tremia. A força das chuvas
A detetive Fernandes ainda estava de pé. Sharif, que se sentara na beirada de sua cama, não oferecera a cadeira para que ela se sentasse também.
- Tem uma toalha?
- Para que eu possa me enxugar, ora!
- E vai vestir o que? Suas roupas estão molhadas! - Ele olhara para a mochila dela. Era evidente que não tinha muita coisa ali. Com toda a certeza, ela não
se preparara para aquela chuva torrencial e, pelo que percebera nas entrelinhas, ela viera a procura dele mas achava que ele morava na casa grande, a casa da fazenda.
E não era de se estranhar. Todos que o procuravam pessoalmente, acreditavam que ele realmente morava lá, onde todos de sua equipe viviam. Por que aquelazinha seria
exceção? Não se preocupou. De qualquer forma, pelo barulho infernal da chuva que desabava lá fora, provavelmente ela teria que ficar ali por quase uma semana. Duvidava
que teria paciência para aguentar alguém por tanto tempo. Há muito que não gostava de interagir fosse com quem fosse. Mantinha-se distante dos seres humanos. Considerava
tal atitude essencial para a sua sanidade mental. Nem mesmo as mulheres que compunham a sua equipe se aproximavam dele. Era, de certo, grosseiro e deixava claro
que não suportava o menor contato com as pessoas. Exceto as conversas relacionadas às pesquisas, ele evitava qualquer tipo de aproximação. E todos os outros aprendiam
a respeitar a escolha dele, mesmo que não o compreendessem. Mas, como muitos o consideravam um gênio, as coisas pareciam naturais. Era notório, em qualquer lugar
do mundo, que gênios costumavam ser reclusos, evitando misturar-se com os demais mortais. No caso de Sharif, aquilo se tratava apenas de uma total falta de entendimento
do outro. Achava muito complicado lidar com outras pessoas. Quase nunca sabia o que dizer, quase nunca entendia sobre o que falavam. E, depois de inúmeras e infrutíferas
tentativas de compreender o outro e de tentar ser compreendido, optou por afastar-se da maneira mais radical que pudera.
- Então, para que quer se secar. De nada vai adiantar.
Deus! Ele era mesmo o maior casca grossa que ela já conhecera. Será que não podia entender que ela precisava de roupas secas? Era um burro? Um idiota? Um
pateta? Ou simplesmente um mal educado?
- Tem uma camisa para me emprestar?
- Por que estou encharcada, não é óbvio?
Ele a olhou como se somente agora estivesse analisando a situação sob o ponto de vista dela.
- Não.
- Tem coragem de me deixar aqui molhada?
- Tenho.
- O senhor é um monstro! Posso pegar uma pneumonia.
- Se eu ficar doente vou lhe dar trabalho...
- Sempre há a opção de eu colocá-la para curtir sua convalescença lá fora.
- Sabe? Começo a acreditar que o senhor me colocaria mesmo lá fora, na tempestade e me deixaria morrer por lá.
- Pode apostar que sim.
- Não tem vergonha de ser tão desumano?
- Então, não abuse da sorte. E isso me lembra que a senhora ainda não me disse o que veio fazer aqui. Não me diga que atravessou o rio, enfrentou uma tempestade
apenas para me dizer que sou um cruel monstro desgraçado que mora numa ratoeira? E já lhe digo que, se for uma jornalista, vai mesmo dormir na chuva e amanhã vai
- Não sou jornalista. Sou uma detetive.
Ele a olhou por alguns instantes. Por aquela ele não esperava. Chegara mesmo a ter certeza de que ela era uma repórter. Sempre poderia haver alguém que dava
com a língua nos dentes. E ele se sentiria ainda pior se o seu trabalho se espalhasse pela imprensa afora. Sua paz de espírito iria mesmo para o buraco. Mas detetive?
O que uma detetive iria querer com ele?
- É. Estou sem palavras.
- Sou sim. - E enfiou a mão na mochila encharcada que descansava num canto, retirou um documento e o mostrou ao rapaz.
- Certo. - Ele falou depois de olhar o documento sem muito interesse. - E daí?
- Bem... Tenho motivos para crer que o senhor é o príncipe Sharif bin Abdul Qadir Al Tayer. O filho do rei de Althea.
Sharif olhou para ela com os olhos arregalados e, por alguns instantes, ficou boquiaberto.
Para ouvir minhas Historinhas no Telegramhttps://t.me/+WRfH_ByCV2g5NGQx
( Se você já tem o TELEGRM instalado, basta clicar no quadrinho para ele abrir em seu pc ou celular)
são eles:
Príncipe Harry – 26 anos – Reino Unido
Príncipe Carl Philip – 31 anos – Suécia
Sheik Hamdan Bin Mohammed Bin Rashid – 28 anos – Emirados Árabes
Andrea Casiraghi – 26 anos – Mônaco
Príncipe Philippos – 24 anos – Grécia
Príncipe Amedeo – 24 anos – Bélgica
Princess Haya Bint Al Hussein al Maktoum
Príncipe Mansour de Dubai
Princess Dubai UAE - Shamma Salama Al Maktoum
Maryam bint Mohammed bin Rashid AlMaktoum El 7ala
Mais príncipe Nasser do Bahrein
Mais príncipe Rachid de Dubai
Mais príncipe Majid de Dubai
Palácio do príncipe árabe
Palácio do sheike de Dubai
Princesa de Dubai
Príncipes de Dubai
nfelizmente, aas coisas ruins que acontecem com aqueles ídolos que tanto amamos, também devem ser compartilhadas. Assim, informo as meninas que ainda não haviam tomado conhecimento, que o sheik Rachid faleceu dia 15 de setembro de 2015, vítima de um ataque cardíaco.
Que gracinha!!!
ResponderExcluirAh! Ia me esquecendo. Adddoooorrreeeeiiii o romance! Muito boa essa série dos sheiks