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Série Cowboys do Vale 7 - Basta apenas um segundo



Jesse Willians
Resumo: Durante toda a sua vida, Fernanda fora uma garota conservadora e que abominava o
sexo fácil e sem compromisso. Até que um dia, se deixara enganar pelo homem a quem amava e
as consequências de uma incauta noite de amor acabaram dando a ela resultados não muito
satisfatórios. Mas erguera a cabeça e seguira em frente! Todavia, um sério acidente de
carro a obriga a recomeçar do zero pois, presa a uma cadeira de rodas, ela percebe que
nada mais poderá seguir como antes, quando sua vida seguia, passo a passo, os planos que
ela tão cuidadosamente traçara.



capitulo 1

    "Sexo!"
    Era somente aquilo que havia na cabeça de um homem! E de muitas mulheres!
    Seria, por acaso, aquela visão suja que as pessoas tinham a respeito do sexo que o
transformava na coisa mais essencial para a maioria das pessoas? Por que para todos os
lugares que ela se virava, lá estava o sexo, aquela sugestão, ora sutil, ora escancarada,
mas que sempre estava lá, aguardando o momento certo para dar o bote!
    O sexo, como ela suspeitava, estava por trás das palavras sem nexo que aquele médico
tentava, já sem paciência alguma, fazê-la entender!


    Mas, realmente, o que aquele  médico estava dizendo? Que sua irmã morrera? Que não resistira? Mas
como? Como não resistira? Não resistira a que? Ela nem estava doente! Ela apenas  estava... Ela só estava...
Mas aquilo não fazia o menor sentido! Aquele médico devia ser um maluco, um demente! Como
dizer algo tão sem propósito para uma pessoa que acabava de chegar a um hospital público
sem nem mesmo saber por que haviam ligado para ela pedindo que levasse até ali os
documentos de sua irmã!
    Para que um hospital ia querer os documentos de sua irmã? Mas obedecera. Fora até o
local especificado. E aquele idiota sádico que se dizia doutor estava dizendo que sua irmã
Juliana tinha morrido! Era mesmo um imbecil! Sua irmã estava saudável, feliz pois saíra de
casa há poucas horas e fora ver Evandro. Evandro... Evandro...
    Pensar em Evandro fizera-lhe sentir um frio na espinha, uma sensação ruim, mas... Nada
de mal poderia acontecer a Juliana. Ela estava feliz! Muito feliz!
    Mas o médico insistia. Será que as pessoas não entendiam que ouvir a notícia de que
acabara de perder uma pessoa muito querida era algo por demais brutal? Ouvir aquilo era
muito difícil de entender, de digerir. .


    Contudo, parecia que o médico estava convicto do que dizia. Não havia enganos. Devia
mesmo ser verdade. Mas a esperança de ver Juliana aparecer por trás do médico dizendo que
aquilo tudo era uma brincadeira, não a abandonava. E se apegava aquela esperança como uma
gramínea se apegava a uma pedra seca num calor de torrar o cérebro. Tinha que haver um
engano. Juliana estava viva e escondida em algum lugar daquele hospital!
    Fernanda segurava as lágrimas que estrangulavam sua garganta com muita dificuldade. Não
podia se entregar ao pranto, ao desespero, a dor. Não ainda. Não quando não conseguira
ter certeza da verdade.
    A luta que se travava em seu íntimo era medonha! A verdade nua a crua e um desejo
louco de que aquilo não passasse de um erro, de uma peça de maus gosto que alguém lhe
pregara. Afinal, estavam na faculdade e alguns jovens não tinham nenhum
limite para suas brincadeiras sem senso algum.
    Sua irmã morrera? Há poucas horas ela estava bem. Estava até rindo, conversando
normalmente. Bem... Ela não estava rindo como sempre fazia. E sua conversa gerava em torno
de... Tudo bem. Mas ela não estava doente. Estivera com ela quatro horas antes. E ela
estava bem. Ia conversar com Evandro sobre... Estava animada.
    Podia ser que aquele médico estúpido tivesse se enganado? Talvez ele estivesse
confundindo-a com outra paciente. Era isso! Só podia ser isso!
    Mas o médico não deixava dúvidas e quando viu a irmã... Apenas desejou que o médico
houvesse errado o diagnóstico. Era claro que ela apenas dormia!
    No entanto, aquilo tudo  era verdade! Juliana se fora! Se fora para sempre! E tudo por
causa de...
    Então, a vida seria sempre assim... - Fernanda pensava com uma profunda dor em sua
alma. Sempre perdendo aqueles a quem amava! Já não bastava que seus pais tivessem partido?
E agora, sua irmã! Logo, certamente, perderia sua avó. E então estaria completamente só no
mundo!

    Sua avó! Como diria aquilo para a vovó Matilde, a boa mulher que as criara desde que ela tinha seis
anos e sua irmã, doze? Como daria a vovó Matilde aquela notícia pavorosa? Sua avó ia ficar
destroçada! E tudo isso por causa de Evandro! Queria poder matar aquele animal sem
coração!
    Há quinze dias que Fernanda ouvira, com os olhos arregalados de horror e surpresa,  o que
Juliana lhe dissera.
    - Está grávida? Você disse que está grávida? Como? Por que? Como aconteceu?
    - Ora, Fernanda! Francamente! Sabe bem como alguém fica grávida! Quero que fique feliz
por mim e não com essa cara horrorizada! Sabe o quanto estou feliz? Vou ser mãe! estou esperando criança! Vou ter um filho
de Evandro! O amor de minha vida! Agora ele vai se casar comigo!
    E era aí que o perigo residia. Evandro! Ele realmente se casaria com Juliana? Duvidava
imensamente de tal coisa.
    - Mas... E o Evandro? - Fernanda perguntara já sentindo um mau pressentimento. Um
arrepio gelado lhe percorrera a espinha e gelara seu coração. Até parecia
que previra o desfecho. Mas nada tão terrível como aquilo!
    - Ainda não sabe. Estou esperando que ele chegue da viagem que fez ao Recife para que
eu possa lhe contar. Mas vai demorar um bom tempo. Aquele trabalho que ele foi fazer por
lá parece nunca ter fim!
    Fernanda olhou horrorizada para a irmã. Agora tinha duas preocupações em mente. Uma era
saber como sua irmã se viraria grávida. Tudo bem que Evandro podia até querer se casar com
ela, algo que duvidava um pouco já que ele lhe parecia tão egoísta. Não parecia o tipo
certo para ser pai. E o relacionamento de Juliana com Evandro era algo tão esquisito. Não
parecia haver um amor verdadeiro entre eles. Ao menos, era o que Fernanda achava embora
sua irmã decantasse, em prosa e verso, aos quatro cantos do mundo, o quanto amava aquele
camarada.

    Mas tinha que ter esperanças. Por Juliana. Quem sabe, a notícia de que se tornaria pai
em breve modificasse um pouco a cabeça daquele ser tão centrado em si mesmo?
    Entretanto, tinha que pensar no que Juliana faria caso o desfecho daquela situação
fosse outro. E se Evandro deixasse claro que não queria o bebê? Tinha que obrigar sua Intensa,
passional e exagerada irmã a pensar em todas as probabilidades. Todo mundo tinha que ter
um plano "B", caso sua primeira intenção desse errado. E, naquele caso, tudo indicava que
nada daria certo. Como se não bastasse, Juliana levava as coisas as últimas
consequências. Tudo para ela adquiria proporções estratosféricas , tal era a expressividade de
seus sentimentos. Quando Juliana amava, amava ao cubo! E quando odiava algo, era na mesma medida.  Seus
sentimentos eram tão intensos que, por vezes, era Juliana que parecia ainda ter dezoito
anos e não os vinte e quatro que tinha na verdade.
    Já Fernanda, por outro lado, sempre estava temerosa pela irmã, ainda mais agora que
começava a compreender como aquele mundo de afetos e e emoções era confuso. Acabara de
fazer dezoito anos, estava cursando a Universidade e estava perplexa diante de um mundo
onde os jovens como ela não se importavam nem um pouquinho com os sentimentos de outras
pessoas. Os rapazes usavam as garotas e depois as jogavam fora como um chiclete sem gosto
algum. As meninas, por sua vez, agiam da mesma forma.
    Era um mundo onde ninguém tinha o menor respeito, a menor afeição, o mais mínimo
sentimento pelo outro. Estavam interessados em saber quem  podia dormir com mais
parceiros, um de cada vez ou em grupo. Bebiam muito, drogavam-se da mesma forma e Fernanda
se perguntava que tipo de médicos, advogados, dentistas, engenheiros, psicólogos, professores seriam
eles dali a quatro, cinco ou seis anos!
    Ela e sua irmã não se encaixavam naquele mundo superficial onde ninguém perdia tempo em
conhecer o outro, em saber como o outro se sentia. Juliana, aquele feixe de sentimentos
exacerbados, que chorava por qualquer coisa, que entrava em desespero a todo momento e,
do outro lado, ela, quase fria, quase vazia por que sentia medo das reações daquelas
pessoas que só pensavam em si mesmas.

    Ela e Juliana estavam perdidas naquele lugar. Duas garotas diametralmente opostas,
duas irmãs que agiam e sentiam as coisas de maneira tão diferentes, duas irmãs que viam a
vida por prismas opostos. Uma, amava demais. A outra, incapaz de amar.
    Mas seria mesmo assim?
    Fernanda não se sentia incapaz de amar. Apenas temia aquele mundo estranho. Ao menos
até que... Até que conhecera Luís Paulo.
    Mas Luís Paulo era farinha do mesmo saco que Evandro. Um egocentrado que vivia rodeado
de mulheres. Assim, Fernanda evitava aproximar-se e se perguntava por que seu coração fora
mover-se para o lado daquele indivíduo tão  sem coração como o pseudo namorado de sua
irmã.
    Todavia, sempre acreditando no melhor das pessoas, Juliana se entregara de corpo e
alma aquela paixão desenfreada que nutria por aquele homem que a trocava por outra a todo
momento, sem a menor cerimônia.
    Evandro não era um aluno da faculdade. Era um autor de livros técnicos, quarentão,
popular e que vivia nos arredores do Campus. Assim, a maioria das garotas de dezoito ou
vinte e poucos anos, caíam em cima daquele quarentão como moscas no mel. Ele era bonito,
charmoso a aparentemente bem de vida. E, quando uma garota se abria para ele, Evandro não
perdia a oportunidade de provar toda aquela oferta e conferir se era mesmo de boa
qualidade. Não era diferente dos rapazes que Fernanda observava desde que iniciara seu
curso na área de Serviço Social.
    E o que Evandro e Luís Paulo tinham em comum? Na verdade, apenas a personalidade. Luís
Paulo, embora ainda muito jovem, com apenas dezenove anos e cursando o quarto período de
Direito, era tão assediado pelas garotas como Evandro. E como o homem mais velho, Luís
Paulo se servia de tudo o que lhe era oferecido sem tentar provar aquele sabor já
experimentado uma segunda vez.


    Fernanda se perguntava então como ele seria quando ficasse mais velho. Seria igual ou
pior que Evandro? Certamente, seria bem pior pois Luís Paulo agia do mesmo modo cafajeste
que Evandro que já havia vivido mais que o dobro de sua vida!
    Assim, como seria Luís Paulo aos quarenta anos? Quantos corações já teria destroçado?
E, por temer ser um desses corações, ela se mantinha distante e sempre se recriminando por
ter-se apaixonado por um homem que nada tinha a ver com o que ela sonhara para si. Sempre
imaginara que ao se apaixonar, o faria por alguém que pensasse como ela, que valorizava os
verdadeiros sentimentos e que acreditasse numa relação onde a fidelidade e a lealdade
estivessem sempre presentes. E Luís Paulo era o oposto disso.
    - Você não sabe amar! - Era a acusação de Juliana quando Fernanda lhe pedia para ir
com mais calma. - Acha que vou quebrar a cara? Mas não sei agir de outra forma! Ou amo ou não amo. Não
sei viver em cima do muro como você. E até mesmo as pessoas que vivem em cima do muro, num
determinado  momento da vida, terá que optar por um lado e se atirar nele!
    Juliana duvidava também disso. Atirar-se em qualquer um dos lados, seguir instintos...
Não era muito a sua praia. E preferia ser cautelosa para não sair machucada. Paixões
intensas como aquela que sua irmã sentia, poderia deixar queimaduras de primeiro, segundo
e terceiro grau. E ela não queria nem que lhe chamuscassem as penugens!
    Era certo que a maioria das pessoas diziam seguir seus instintos. Mas o que
significavam esses instintos. Ela, ao menos, sempre que tinha um caminho a seguir, uma
escolha para fazer, ouvia uma vozinha interior que a mandava ir em frente sem se preocupar
com as consequências. Mas logo uma outra voz se interpunha e a mandava recuar, refrear
suas ações. E Fernanda sempre seguia a segunda voz que duvidava de tudo e de todos. E era
sempre assim. Cautelosa, reticente, pormenorizada, precavida. Jamais dava um passo em
falso, jamais fazia algo onde residisse a menor dúvida.


    - Você não vive! - Juliana sempre lhe atirava ao rosto. - Não se diverte por que tem
medo, não vai a lugar algum por que tem medo, jamais comete um erro por que tem medo! Nem
parece humana. Mais parece um robô! É covarde, temerosa, assustada, desconfiada! Quando
vai aprender que é humana e que as pessoas cometem erros?
    Se dependesse de Fernanda, aquilo nunca aconteceria. Sentia-se confortável dentro de
sua covardia, de sua timidez.
    O mais engraçado de tudo isso era ver Juliana, seis anos mais velha que ela, agir como
uma adolescente inconsequente, que nunca resguardava seu coração de dissabores que
certamente a atingiriam?
    Estaria errada por ser tão cautelosa, por temer a dor e o sofrimento? Era só olhar um
pouquinho a sua volta que via pessoas chorando, com o coração dilacerado de dor,
sentimentos de rejeição e uma sensação de fracasso.
    As garotas não se importavam mais por serem chamadas de vadias por trocarem de
parceiros todos os dias. Ir a uma boate, transar num canto um pouco escuro, com metade das
pessoas sabendo o que se fazia pelos cantos ou até mesmo na pista de dança era encarado
como coisa natural. E, em muitos casos, até já se tornara mesmo natural. Era como se as
pessoas endurecessem, não sentissem mais, simplesmente para não serem consideradas
ultrapassadas, fora de moda.
    Quem se importava se um camaradinha considerasse a garota de quem ele estava a fim de
pegar, uma vadia? Possivelmente eles ficariam, transariam e, na manhã seguinte, talvez nem
mesmo se cumprimentassem.

    E era nesse mundo confuso que Fernanda fora parar. De um lado, sua irmã Juliana, que
amava Evandro de todo o seu coração, que morreria se ele a deixasse. Do outro, aquelas
pessoas sem uma única gota de sentimento, emoção ou afeição.
    Evidentemente, Fernanda nunca se entregara a alguém, mas vira muitas pessoas padecendo do mal
de amor. E desconfiava que aquele comportamento promíscuo que notava na maior parte de
suas colegas da universidade era exatamente isso. Todos tinham medo de sofrer. Então
fingiam não sentirem nada por ninguém já que era esse o comportamento padrão. Ao menos era
o mais aceito. As pessoas viam como todos agiam, parecendo não se preocuparem com os
sentimentos alheios e acabavam optando por agirem da mesma forma para não parecerem estar
por fora, por não desejarem ser ridicularizados por serem diferentes.
    Era assim que Fernanda via todo aquele mar de gente. Mais covardes até que ela pois
nenhum deles tinha coragem de ser quem de fato eram! Assim, acabavam por achar que ir a
festas, encher a cara de bebidas e de drogas, dormir com todo mundo era o máximo da
diversão.
    Aquelas coisas preocupavam Fernanda em excesso. Temia agora, ainda mais por sua irmã.
Grávida e completamente destrambelhada com relação ao que sentia por Evandro e ele, frio e
insensível em relação a ela.
    Que chances tinha aquilo de dar certo? Juliana era apenas  uma garota grávida, com uma paixão
desmesurada  que endeusava aquele homem frio, egocentrado, um patife de primeira classe!
    Será que Juliana não percebia que Evandro não a amava, que a traía vergonhosamente, que
não tinha por ela um milésimo do sentimento que Juliana lhe devotava?
    Aquilo nunca aconteceria consigo! Jamais cairia naquela armadilha, jamais engravidaria
de um homem que não fosse merecedor de seu amor, de sua lealdade!
    E nem sabia dizer o quanto errara ao acreditar em tais palavras!
    Dessa forma, a segunda preocupação de Fernanda era consigo mesma. Apaixonara-se por Luís Paulo. E
isso era um fato. Também o evitava a todo e qualquer custo, assim como evitava as
festinhas regadas a bebidas e drogas de todas as qualidades.

    Mas era óbvio que um dia cairia em tentação. E acabara acompanhando algumas colegas a
uma festinha onde Luís Paulo, lindo como sempre, com aquela cor de chocolate, apontava seus afiados olhos verdes em
várias direções até que aquele olhar, ardente como o fogo e diretos como dardos afiados,
acertaram-lhe o coração.
    Em primeiro lugar, suas pernas tremeram e, temendo cair, sentou-se num canto. E, em um
segundo, Luís Paulo lhe entregara um copo com bebida.
    Gelada de pavor por estar tão perto do objeto de suas fantasias, Fernanda aceitou a
bebida sem desconfiar que esse era um terrível erro que cometia.
    - Hummmm... É doce... - Dissera ingenuamente.
    - Não tem o hábito de beber? - Ele perguntara.
    - Não. Eu... Hã... Nunca bebi nada além de refrigerantes.
    - Nem um vinho suave?
    Ela abanou a cabeça.
    E, em instantes, encorajada pela bebida, lançara-se numa conversa interessante com o
rapaz, acreditando que ele não era nada como ela havia imaginado. Era sensível e
parecia-lhe tremendamente honesto. Contara-lhe que vinha do interior, de uma cidadezinha
rural e que seus pais eram empregados numa fazenda.  O patrão de seus pais estava com AIDS
e ele jurara que tiraria seus pais daquela vida de servidão. queria tornar-se advogado
queria, assim que pudesse, comprar uma casinha e levar seus pais, que trabalharam a
vida inteira como empregados, a fim de terem um pouco de descanso. Seu sonho era ser
diferente. Ser algo mais, conseguir um pouco mais do que seus pais haviam conseguido.
    Tinha também uma irmã. Era mais nova e se chamava Solange.
    E Fernanda ouvira, encantada, todas as histórias que aquele rapaz que há meses nutria
seus sonhos, tanto quando estava acordada, bem quando dormia. Ele era, diferentemente do
que pensara, uma pessoa repleta de sentimentos. E, naquela mesma noite, embalada por uma
ilusão, por um sentimento de irrealidade, acabara se entregando a Luís Paulo de corpo e
alma. E acabara lhe confessando o seu amor, há muito escondido em seu coração.


    Na manhã seguinte, não sentira-se envergonhada do que fizera. Guardara-se para o homem
amado e se entregara sem constrangimentos, na certeza de que aquele era o seu verdadeiro
amor.
    Por isso, sentiu-se morrer quando, ao encontrá-lo naquela manhã, Luís Paulo passara
por ela como se jamais a tivesse visto antes.
    - Luís Paulo... - Ela ousara chamar, já com o rosto vermelho de vergonha.
    - Deseja falar comigo? - Ele perguntara.
    - Eu... Hã... Pensei que... Bem... eu...
    Ao ver o olhar frio que aqueles olhos verde lhe devotavam, caiu em si. ele apenas a
usara. Como ela se cansara de vê-lo fazer. Ele não era o rapaz sensível, cheio de bons
sentimentos como ela pensara. Apenas fingira para levá-la para a cama. Não era aquilo que
ela via por todos os lados? Todos eles não agiam daquela forma?
    - Nada... - Sua voz saíra sussurrada e ele se fora sem lhe dar a menor atenção.
    Na semana seguinte, soubera que Luís Paulo trancara sua matrícula pois tivera que
retornar ao lugar onde seus pais viviam. Alguém lhe dissera que o dono da fazenda havia
morrido e que ele tinha que estar por lá pois a fazenda mudara de dono.
    E seu romance com Luís Paulo, o homem que ela chegara a acreditar por uma noite que
seria o único amor de sua vida, acabara-se.
    E agora estava ali, diante do médico que lhe dizia que sua irmã estava morta.
    Juliana suicidara-se ao saber que Evandro era casado e pai de três filhos.  Deixara
uma carta onde explicava tudo.
    Fora falar com ele assim que soubera que ele retornara do Recife e mal dissera-lhe
que estava grávida, Evandro foi logo dizendo que nada podia fazer pois já era casado.
    - Mas... disse que me amava. - Juliana havia gritado em sua cara.

    - A gente fala isso para todas as garotas que se deitam com a gente. Ainda mais você,
tão gostosinha, tão cheia de fogo. Era a melhor entre todas as outras garotas. Por isso,
nunca abria mão de você. E estou disposto a continuar contigo, caso faça um aborto!
    - Não vai se casar comigo? - Juliana dissera aos prantos.
    - Não posso. Já sou casado. Se pudesse, até que casaria. Mas sejamos adultos. Você é
uma mulher feita. Sabe das coisas da vida.
    - Eu te amo.
    - Eu também te amo e por isso não quero perdê-la. Mas não posso ser pai mais uma vez.
Não poderei pagar-lhe uma pensão e... Não quero mais filhos. Já tenho três e detesto
quando chego em casa e aquelas pestinhas infernizam minha vida. Odeio crianças!
    - Você odeia seus filhos? - Juliana estava abismada.
    - Não gosto de crianças. Mas sabe, né? Minha mulher é louca por crianças e sempre
inventa de ter mais um. Assim, já estamos com três. E eu não posso negar-lhe nada. É ela
quem me banca, que banca os livros que escrevo. Se ela me der o fora, vou ter que pagar
uma pensão pra ela e para as crianças e como é que eu fico depois?
    - Você me dá nojo!
    - Estou sendo sincero. Vocês mulheres não gostam de sinceridade?
    - Você é nojento!
    - Ah! quer saber? Dou o dinheiro para você fazer um aborto e não se fala mais nisso!
    - Sabe bem que abortos são proibidos aqui!
    - Ei! Em todo lugar tem uma clínica clandestina que faz isso. Conheço algumas delas
e...
    - Conhece?
    - Acha que é a primeira que tenta me dar o golpe da barriga? Um monte já fez isso!
    - Deus meu! Você é monstruoso!
    - E você uma exagerada! Cai na real! em que mundo você vive?


    E sua irmã escrevera-lhe passo a passo a conversa que tivera com Evandro. E depois
tomara um veneno qualquer que a matara quase que instantaneamente. Por isso, fora tão
difícil de Fernanda acreditar no que o médico dissera. Horas antes. Juliana estava cheia de
alegria e esperança pois soubera do retorno de Evandro e fora-lhe contar as novidades.
    Aquele maldito era o culpado pela morte de sua irmã. E dizer-lhe isso pessoalmente
não fizera com que o maldito sofresse nem um pouco.
    - Essas coisas acontecem. Sua irmã era muito intensa, muito dramática. Acabou tomando
o caminho que mais se parecia com ela. Envenenou-se para me fazer sentir culpado. Pois não
me sinto. Não pedi que ela fizesse isso. Foi decisão dela!
    Fernanda queria matar aquele homem mas não podia fazer tal coisa. Sua avó já estava
pranteando uma neta a quem criara como filha e não merecia sofrer a desilusão de perder a
outra para o sistema prisional.
    E, quase caíra de angústia quando ouvira, de um outro médico, uma outra notícia
trágica. Havia se passado apenas um mês. Há apenas um mês ela havia enterrado, com muita
dor, a sua querida irmã. E então, um médico lhe informara que ela também estava grávida!
      E sua irmã escrevera-lhe passo a passo a conversa que tivera com Evandro. E depois
tomara um veneno qualquer que a matara quase que instantaneamente. Por isso, fora tão
difícil de Fernanda acreditar no que o médico dissera. Horas antes. Juliana estava cheia de
alegria e esperança pois soubera do retorno de Evandro e fora-lhe contar as novidades.
    Aquele maldito era o culpado pela morte de sua irmã. E dizer-lhe isso pessoalmente
não fizera com que o maldito sofresse nem um pouco.
    - Essas coisas acontecem. Sua irmã era muito intensa, muito dramática. Acabou tomando
o caminho que mais se parecia com ela. Envenenou-se para me fazer sentir culpado. Pois não
me sinto. Não pedi que ela fizesse isso. Foi decisão dela!
    Fernanda queria matar aquele homem mas não podia fazer tal coisa. Sua avó já estava
pranteando uma neta a quem criara como filha e não merecia sofrer a desilusão de perder a
outra para o sistema prisional.
    E, quase caíra de angústia quando ouvira, de um outro médico, uma outra notícia
trágica. Havia se passado apenas um mês. Há apenas um mês ela havia enterrado, com muita
dor, a sua querida irmã. E então, um médico lhe informara que ela também estava grávida!
    Quase morrera de desgosto!
    Não iria, de certo, passar pelo que sua irmã passara. Não iria até o
interior contar ao pai de seu filho que naquela noite em que se entregara a ele, haviam
gerado uma vida. Sabia agora que os homens não davam muita importância a um bebê que
haviam feito numa noite em que apenas buscavam a diversão e não uma dor de cabeça. Muitas
de suas colegas também agiam assim. Embora muito bem informadas, acontecia de, volta e
meia, as coisas saírem errado e se verem grávidas, atém mesmo sem saberem quem poderia ser
o pai. Assim também elas recorriam as dezenas de clínicas clandestinas especializadas de
resolverem aquele tipo de problema. Só tinham filhos as meninas pobres que não podiam
pagar por um aborto e aquelas bobinhas que acreditavam que ser mãe era a coisa mais
sagrada do mundo.
  Quase morrera de desgosto!
    Não iria, de certo, passar pelo que sua irmã passara. Não iria até o
interior contar ao pai de seu filho que naquela noite em que se entregara a ele, haviam
gerado uma vida. Sabia agora que os homens não davam muita importância a um bebê que
haviam feito numa noite em que apenas buscavam a diversão e não uma dor de cabeça. Muitas
de suas colegas também agiam assim. Embora muito bem informadas, acontecia de, volta e
meia, as coisas saírem errado e se verem grávidas, atém mesmo sem saberem quem poderia ser
o pai. Assim também elas recorriam as dezenas de clínicas clandestinas especializadas de
resolverem aquele tipo de problema. Só tinham filhos as meninas pobres que não podiam
pagar por um aborto e aquelas bobinhas que acreditavam que ser mãe era a coisa mais
sagrada do mundo.

    E, infelizmente, Fernanda pensava assim. Acreditava no sagrado sentimento de ter sido
escolhida por Deus para trazer ao mundo uma nova vida.
    Entretanto, dois meses depois soubera que não traria uma, mas duas novas vidas ao
mundo. Mas sua avó a tranquilizara. Apenas teria que sair daquela grande universidade e
estudar numa faculdade mais próxima de casa onde pudesse ajudar sua avó a cuidar de duas
crianças. Não podia jogar aquela responsabilidade em cima de uma velhinha que já estava
com setenta anos!
    Mas conseguira fazer as coisas perfeitamente bem. Tivera um menino e uma menina e, com
a ajuda de dona Matilde, as crianças foram crescendo e Fernanda trabalhava para o sustento
de sua família.
    Mas a boa velhinha morrera e agora era só ela e os dois filhos. E tudo iria bem se não
fosse aquele carro que ultrapassara um carro que vinha em sentido contrário ao seu e que a
pegara de jeito.
    Fernanda ficara, por dias, entre a vida e a morte. Mas, como sempre fora muito
prevenida, havia deixado instruções para que alguns amigos seus tomassem certas
providências caso um dia lhe acontecesse algo daquele gênero. Parecia até que previra tal
fato. Mas, como todos sabiam o quanto era cautelosa e diligente, não pestanejaram em
seguir suas instruções quando se mostrou necessário.
    E foi assim que Luís Paulo Machado, certo dia, fora surpreendido com a visita de um
casal que trazia consigo duas crianças de sete anos.
    - Senhor Luís Paulo Machado?
    - Sim? - Ele dissera curioso ao olhar aquelas duas crianças de tristonhos olhos
verdes.
    - Viemos da parte de Fernanda Nascimento. Lembra-se dela? Conheceu-a, não?

    - Sim... Titubeou na resposta. Eu a conheci há muitos anos!
    - Então, o senhor lembra-se dela, não? Lembra-se que a conheceu, certo?
    Era claro que ele se lembrava. O que aquele casal maluco com aquelas duas crianças de
pele morena queria com ele? Fazer-lhe perguntas boçais sobre um tempo do qual ele nem se
permitia mais reviver ?
    - Bem... Ela está entre a vida e a morte num hospital de São Paulo após ter seu carro
atingido de frente por um outro veículo e... Se chegar a sobreviver, ficará, certamente,
tetraplégica...  Seus médicos também acreditam que, caso ela sobreviva, terá sequelas
permanente pois o seu cérebro foi muito danificado... Porém, nenhum deles acredita que ela consiga
passar dessa noite. Suas chances são de menos de vinte por cento.  Assim,
trouxemos os filhos dela para que o senhor cuide deles pois ela nos deixou claras instruções
para que assim, agíssemos num caso de necessidade.  Não sei se o senhor sabe mas ela era
sozinha pois sua avó, a única parente que tinha, também se fora.
    - Mas... Por que trazer os filhos dela para mim? Não compreendo...    - Sim... Titubeou na resposta. Eu a conheci há muitos anos!
    - Então, o senhor lembra-se dela, não? Lembra-se que a conheceu, certo?
    Era claro que ele se lembrava. O que aquele casal maluco com aquelas duas crianças de
pele morena queria com ele? Fazer-lhe perguntas boçais sobre um tempo do qual ele nem se
permitia mais reviver ?
    - Bem... Ela está entre a vida e a morte num hospital de São Paulo após ter seu carro
atingido de frente por um outro veículo e... Se chegar a sobreviver, ficará, certamente,
tetraplégica...  Seus médicos também acreditam que, caso ela sobreviva, terá sequelas
permanente pois o seu cérebro foi muito danificado... Porém, nenhum deles acredita que ela consiga
passar dessa noite. Suas chances são de menos de vinte por cento.  Assim,
trouxemos os filhos dela para que o senhor cuide deles pois ela nos deixou claras instruções
para que assim, agíssemos num caso de necessidade.  Não sei se o senhor sabe mas ela era
sozinha pois sua avó, a única parente que tinha, também se fora.
    - Mas... Por que trazer os filhos dela para mim? Não compreendo...
    - Bem, senhor... As crianças são seus filhos e ela disse    - Sim... Titubeou na resposta. Eu a conheci há muitos anos!
    - Então, o senhor lembra-se dela, não? Lembra-se que a conheceu, certo?
    Era claro que ele se lembrava. O que aquele casal maluco com aquelas duas crianças de
pele morena queria com ele? Fazer-lhe perguntas boçais sobre um tempo do qual ele nem se
permitia mais reviver ?
    - Bem... Ela está entre a vida e a morte num hospital de São Paulo após ter seu carro
atingido de frente por um outro veículo e... Se chegar a sobreviver, ficará, certamente,
tetraplégica...  Seus médicos também acreditam que, caso ela sobreviva, terá sequelas
permanente pois o seu cérebro foi muito danificado... Porém, nenhum deles acredita que ela consiga
passar dessa noite. Suas chances são de menos de vinte por cento.  Assim,
trouxemos os filhos dela para que o senhor cuide deles pois ela nos deixou claras instruções
para que assim, agíssemos num caso de necessidade.  Não sei se o senhor sabe mas ela era
sozinha pois sua avó, a única parente que tinha, também se fora.
    - Mas... Por que trazer os filhos dela para mim? Não compreendo...
    - Bem, senhor... As crianças são seus filhos e ela disse
que, em caso de dúvida, o senhor pode recorrer a um exame de DNA para que possa se sentir
confortável com a ideia. Ela nos disse também que não teria a quem mais recorrer pois a
família dela consistia apenas nos três. Se houvesse uma outra pessoa a quem ela pudesse
recorrer, ela o faria e o senhor jamais tomaria conhecimento da existência de seus dois
filhos. E devo esclarecer que, como somos seus amigos íntimos, ela nos instruiu que assim
agíssemos há algum tempo pois sempre temera que algo ruim pudesse lhe acontecer e seus
filhos ficarem desamparados. Quando menina, seu pai ficara doente e logo morrera.  Sua
mãe, desgostosa demais, logo o acompanhara. Em um curto espaço de três meses, ela e a irmã
haviam perdido pai e mãe.  Mas ela tivera a avó que cuidara dela. Temia que o mesmo pudesse se
repetir, aliás, como acabou acontecendo. Eu e minha esposa temos já três meninos. Se não
fosse isso...
    Um Luís Paulo, totalmente estupefato, olhava, com os verdes olhos arregalados, para as
duas crianças que, por cautela do casal a sua frente, as deixaram um pouco afastadas
para que não ouvissem o que eles estavam falando.


que, em caso de dúvida, o senhor pode recorrer a um exame de DNA para que possa se sentir
confortável com a ideia. Ela nos disse também que não teria a quem mais recorrer pois a
família dela consistia apenas nos três. Se houvesse uma outra pessoa a quem ela pudesse
recorrer, ela o faria e o senhor jamais tomaria conhecimento da existência de seus dois
filhos. E devo esclarecer que, como somos seus amigos íntimos, ela nos instruiu que assim
agíssemos há algum tempo pois sempre temera que algo ruim pudesse lhe acontecer e seus
filhos ficarem desamparados. Quando menina, seu pai ficara doente e logo morrera.  Sua
mãe, desgostosa demais, logo o acompanhara. Em um curto espaço de três meses, ela e a irmã
haviam perdido pai e mãe.  Mas ela tivera a avó que cuidara dela. Temia que o mesmo pudesse se
repetir, aliás, como acabou acontecendo. Eu e minha esposa temos já três meninos. Se não
fosse isso...
    Um Luís Paulo, totalmente estupefato, olhava, com os verdes olhos arregalados, para as
duas crianças que, por cautela do casal a sua frente, as deixaram um pouco afastadas
para que não ouvissem o que eles estavam falando. - Bem, senhor... As crianças são seus filhos e ela diss                                                                                  e
que, em caso de dúvida, o senhor pode recorrer a um exame de DNA para que possa se sentir
confortável com a ideia. Ela nos disse também que não teria a quem mais recorrer pois a
família dela consistia apenas nos três. Se houvesse uma outra pessoa a quem ela pudesse
recorrer, ela o faria e o senhor jamais tomaria conhecimento da existência de seus dois
filhos. E devo esclarecer que, como somos seus amigos íntimos, ela nos instruiu que assim
agíssemos há algum tempo pois sempre temera que algo ruim pudesse lhe acontecer e seus
filhos ficarem desamparados. Quando menina, seu pai ficara doente e logo morrera.  Sua
mãe, desgostosa demais, logo o acompanhara. Em um curto espaço de três meses, ela e a irmã
haviam perdido pai e mãe.  Mas ela tivera a avó que cuidara dela. Temia que o mesmo pudesse se
repetir, aliás, como acabou acontecendo. Eu e minha esposa temos já três meninos. Se não
fosse isso...
    Um Luís Paulo, totalmente estupefato, olhava, com os verdes olhos arregalados, para as
duas crianças que, por cautela do casal a sua frente, as deixaram um pouco afastadas
para que não ouvissem o que eles estavam falando.




                     Série Cowboys do Vale 7 - Basta apenas um segundo





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